segunda-feira

Conjugalidade : ultrapassar a infidelidade








É vulgar ouvir-se que uma traição pode ser o ponto final de uma relação amorosa. Contudo, no dia-a-dia quantos de nós nos não cruzámos já com casamentos e relações que lhes sobrevivem?

Também a prática clínica e a investigação recentes apontam para que a infidelidade conjugal possa , de facto, ser ultrapassada, o que, não raramente, acontece sem ser necessária uma intervenção psicoterapêutica.

Contudo, em terapia, este é , sem dúvida , um dos factores mais disruptivos na relação , e aquele que provoca maior conflito e stress nos conjuges , antes da terapia.

Surpreendentemente, uma pesquisa recente* aponta para que estes casais , inicialmente mais perturbados, apresentem, no final do processo terapêutico, melhores indicadores de satisfação conjugal do que aqueles que procuram ajuda profissional para resolução de outros conflitos e questões. Os investigadores(Atkins, Baucom, & Jacobson, 2005), ressalvam, todavia, o facto de neste estudo , que acompanhou cerca de 125 casais, as infidelidades não partilhadas antes ou durante a terapia, e que permaneceram escondidas do parceiro, se terem revelado devastadoras para a relação.

Assim, e ao contrário da visão de muitos terapeutas conjugais (Whisman, Dixon e Johnson , 1997) de que a infidelidade, e o ciúme constituiriam os seus maiores desafios , e sinais para um mau prognóstico , a replicação de estudos como o actual, revela-se uma mensagem optimista e encorajadora tanto para os casais que se debatem com esta problemática, como para os seus terapeutas.


Atkins, D. C., Baucom, D. H., Christensen, A., Eldridge, K. & Jacobson, N. S. (2005). Infidelity and Behavioral Couple Therapy:Optimism in the Face of Betrayal. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 73, Nº 1, 144-150.
 
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