Ansiedade : Sintomatologia física
Ansiedade
funcional e disfuncional
Todos
nós experienciamos, pelo menos ocasionalmente, um determinado grau
de ansiedade, o que não é necessariamente negativo.
Na verdade, a
ansiedade desempenha a importante função de proteger o organismo
contra o perigo. Quando é percepcionada uma ameaça, são os
diferentes componentes da resposta de ansiedade (aumento do ritmo
cardíaco, aumento do ritmo respiratório,aumento da tensão
muscular, criação de um estado de alerta) que permitem que o
indivíduo esteja preparado para a acção (seja esta o ataque ou
fuga). Assim, se, por exemplo, quando ao atravessarmos uma rua
percepcionamos um carro a dirigir-se para nós, é a resposta de
ansiedade que nos permite fugir para o passeio, e evitarmos ser
atropelados.
Contudo,
pode, igualmente, acontecer , experienciarmos níveis de ansiedade
desproporcionais às ameaças reais que enfrentamos quotidianamente,
isto é, que nos sintamos demasiadamente ansiosos ou ansiosos
demasiado tempo. Neste caso, a ansiedade torna-se disfuncional e
importa reduzi-la. Por outro lado, pode também acontecer que não
cheguemos a percepcionar ansiedade emocionalmente, mas que
experimentemos apenas fisicamente um estado de tensão muscular
excessiva continuado, o que também poderá conduzir a um
desequilíbrio neurovegetativo que importa combater.
Como?
Antes do mais, é relevante salientar que a capacidade de relaxar é
uma capacidade como qualquer outra (conduzir um carro, praticar
um desporto, etc), pelo que qualquer pessoa pode
adquiri-la de forma mais ou menos autónoma, bastando para tal
aprender um conjunto de procedimentos, e praticá-los com alguma
paciência e persistência. Os - os resultados surgirão de forma gradual !
Dos
vários procedimentos possíveis, há dois que se destacam pela sua
simplicidade e eficácia: a respiração
diafragmática
e o relaxamento muscular progressivo. Estes procedimentos não
são mutuamente
exclusivos;
pelo contrário, a sua combinação potencia a obtenção do estado
de relaxamento
pretendido.
Hoje, começaremos
pelo treino da respiração diafragmática :
I
- RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA /ABDOMINAL
A
respiração abdominal, ao permitir a participação do diafragma na
expansão dos pulmões, possibilita uma melhor oxigenação e um
melhor controle do ritmo respiratório. O envolvimento dos músculos
abdominais favorece também a descontracção de uma zona que contém
orgãos muito sensíveis aos mais diferentes estados emocionais
negativos.
Deite-se
de costas numa posição confortável , ou sente-se com os pés bem
afastados. Coloque uma mão no seu peito e a outra no abdómen. As
suas mãos vão permitir -lhe observar como está a respirar.
Sem
tentar modificar a respiração, observe qual das sua mãos está a
levantar e baixar a cada respiração. Se a mão sobre a barriga se
ergue quando inspira, então está a respirar com a participação
do diafragma - que adequadamente se desloca para baixo permitindo uma
maior amplitude respiratória aos pulmões; se não, está a respirar
com o peito.
Mude
a sua respiração do peito para o abdómen. Inspire lenta e
profundamente através das vias nasais e para o abdómen de forma a
levantar a sua mão tanto quanto lhe for confortável. Sorria
ligeiramente. Inspire através do nariz, e expire pela boca.
Permita-se emitir um som suave, semelhante a um sopro, enquanto
exala. Sinta e pense cada som expelido através da sua boca como um
sinal de alívio.
Espere
alguns segundos antes de iniciar um novo ciclo respiratório.
Continue
a praticar inspirações lentas e profundas, seguidas, após ligeira
pausa ou suspensão, de exalações igualmente lentas e profundas.
Quando expira, sinta a sua barriga a descer, bem como os seus ombros,
peito, abdómen a descontrair e relaxar.
Pratique
entre cinco a dez minutos todos os dias. Pode fazê-lo mesmo na cama
ao deitar, para facilitar a entrada no sono.
Como
forma de combater a distracção, foque a sua atenção nas mãos.